sexta-feira, 13 de março de 2009

Decadência italiana

Muitos que venham a ler esse título o devem achar estranho, já que a Itália é a atual campeã do mundo. Mas se sairmos do âmbito nacional e entrarmos na questão "clubística", veremos uma enorme e surpreendente decadência do país. Esse ano, por exemplo, 3 equipes foram eliminadas nas oitavas de finais da Champions League e uma, o poderoso Milan, não chegou longe na Copa da Uefa. Analizemos primeiro a situação dos quatro grandes:

Internazionale: A melhor equipe da Itália. Mas não é grande coisa. Tem uma zaga e volantes, embora um pouco envelhecidos, bons. Mas no ataque depende demais de Ibrahimovic, sem o qual não estaria nem na Champions League. Além disso, tem uma carência de meias, sem os quais não cria jogadas. Sua salvação é a presença de José Mourinho, que consegue armar o time de forma que vença, mesmo sem brilho.
Juventus: Era talvez a melhor equipe da Europa. Mas foi rebaixada devido aos escandalos de corrupção e compra de arbitros. Com isso, perdeu mais da metade do time. Os remanescentes levaram o time para a Série A. Tem tentado se reerguer, mas ainda sente os efeitos da queda e, com isso, está muito enfraquecida.
Milan: Ganhou recentemente uma Champions, sendo ainda finalista em outra, mas só. Já a alguns anos vem sofrendo no campeonato nacional. O principal problema é o time muito envelhecido. Kaká e Pato resolvem quase todos os jogos. Jogadores como Gattuso, Seedorf e Pirlo ainda conseguem manter um bom nível, mas a maior parte, principalmente a zaga, é ruim. Sem uma forte renovação, a têndencia é a queda se acentuar, como foi nesta temporada, com a eliminação precoce da Copa da Uefa.
Roma: Desde que foi campeã, em 2000/2001, não monta um bom time. Vinha se aproveitando da fraqueza dos rivais para se consolidar como segunda força do país, ganhando copa e chegando muito perto do título na última temporada. Mas o time sofre devido, principamente, com algo inexplicável. Sua capacidade de empatar e até tomar a virada em jogos ganhos é algo absurdo, tanto contra os grandes como contra os pequenos. Parece que o time se apequenha. A zaga é boa, os volantes espetaculares, pois atacam e defendem com maestria, mas falta ataque. Vucinic faz gol, mas sozinho fica difícil. Totti tenta, ainda é o melhor do time, mas vive machucado.

Além de todos esses problemas, vemos ainda a carência da atual geração. Os jogadores mais habilidosos do país ainda são Del Piero, Pirlo e Totti. Jogadores que, se a idade permitir e o treinador for sensato, só disputarão mais uma Copa do Mundo. A zaga ainda depende de jogadores da mesma época, como Cannavaro e Legrotaglie. Os volantes são bons, mas beiram os 30. No ataque está talvez a parte mais jovem. Trintões se revezam com jovens, e goleadores como Luca Toni, Gilardino, Di Natale, Pepe e Cassano aparecem. Mas não existe meio campo na seleção. Na última Copa do Mundo, só venceu porque Del Piero e Totti decidiram muitos jogos, sem contar o baixo nível técnico da competição.

Essa queda italiana coincide com a ascensão inglesa, que toma conta do mundo. P.V.C., jornalista da ESPN, resume muito bem os problemas na "Bota": Corrupção. No início da década, Lazio e Parma eram ótimas equipes, hoje são respectivamente times médio e de segunda divisão. Motivos: corrupção e, no caso do Parma, má administração da Parmalat. Torço para que em breve os italianos, principalmente a Roma, voltem a bilhar fora do país, e tomara que não aconteça por lá o fenômeno que praticamente destruiu os clubes do futebol alemão, francês e holandês, hoje médios centros da pelota.

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